Toda boba, toda grogue

Eu não sei se um dia você vai me olhar de uma forma diferente. Eu não sei, mas eu guardo em mim um fiozinho de esperança – e detesto isso. É como se algo me dissesse que uma hora certa vai chegar num momento que talvez não seja o certo, mas que vai ser especial mesmo assim. E eu detesto achar que o eco do meu pedido de dedos cruzados é uma voz que me garante que basta ter calma. Juro que perco a paciência com você. Juro que não entendo como você não consegue entender. Você não percebe ou brinca de cego, não sei, não entendo. Mas, quanto mais me canso mais eu te quero. Quanto mais te olho mais eu te desejo. Tudo bem, você tem me rendido inspiração e aí eu vou escrevendo textos e mais textos sobre você, o moço do sorriso de papel. Tudo bem, obrigada. Mas isso só na teoria, por que na prática nada anda. A não ser meu coração que corre quilômetros e fica sem fôlego toda vez que te sente assim tão perto. O bom de tudo é poder ao menos te ver e o ruim de tudo é apenas poder te ver...