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Mostrando postagens de julho, 2012

Furta-cor

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Around the world me lembra você. Nem sei por quê. Não é a letra. Na verdade, Oasis me lembra você. E Oasis me acalma. Então talvez seja isso, você me acalma. Também não sei por que, nem como. É só você me olhar com essa cara de bobo que o mundo nem gira mais. Você me bagunça. Sabia? E essa sua pose de garoto em corpo de homem me desarma toda. Ta, nós somos amigos. Conversamos como amigos. Brincamos como amigos. Abraço de amigo. Carinho de amigo. Mas, de repente o mundo fica todo cheio de graça quando a gente ta junto. E nada importa. Como explica? Eu não sei qual o nome disso que rola entre a gente. Na verdade, nem sei ao menos se rola mesmo algo entre a gente ou se isso mexe só comigo. Não sei se só eu acho que tem um quê quando a gente se olha, não sei se só eu fico sem graça quando te vejo chegar de longe. Eu sei é que ouço Whatever e me dá uma vontade danada de estar do seu lado, dá vontade de não desistir, de... sei lá. Putz. Aí tudo volta, sabe. Aquela vontade de te te...

Entre café e uns tragos de cigarro

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Paz. Só queria um pouco de paz, mais um gole de café e você ali dormindo enquanto rabisco esses trabalhos intermináveis de fim de semestre à meia luz da escrivaninha. Eu gosto de ver você dormindo enquanto escrevo qualquer coisa. Se fumasse, acenderia um cigarro agora e pararia de escrever. Eu gosto dessas noites calmas, de brisa bem leve, cortina balançando, eu, meus papéis, você dormindo o sono dos inocentes. Sinto falta disso. E olho do lado e você não está lá, não bagunçou minha cama nem deixou a toalha molhada na cabeceira, não molhou meu espelho nem, irritavelmente, reclamou dos meus cabelos na escova de pentear. Nem consigo escrever direito o que havia começado. Duas palavras e travo. Só queria um pouco de ar, um pouco de sono e você aqui pra me fazer dormir. Mas, me afogo em tudo que, inutilmente, me ponho a fazer. Me atolo em papéis e discursos infindáveis de como-não-cair-em-prantos enquanto deposito meus rabiscos de um jeito qualquer no canto do quarto em letras mancha...

Dos medos - bobos, eu sei

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Tenho medo. É, medo. Você não entende. Eu sei. Tenho medo que essa falta que eu sinto seja saudade mesmo. Medo que você chegue de novo e me mostre tudo que eu quero ver, medo que você me abrace e me falte o ar. Medo que você quebre minhas costelas, minhas pernas e o gelo do meu coração. Eu tenho medo, você entende? Medo que você supere minhas expectativas e seja realmente aquilo que eu penso que é. Medo que você diga aquelas palavrinhas mágicas e me tire do meu mundo. Tenho medo de deixar de ser eu, medo de ser você, medo que você me faça ser alguma coisa que ame e queira e sonhe muito. Medo de ser alguma coisa que ando fugindo de ser. Aí eu me escondo aqui, nessa armadura. Me faço de forte, finjo que não ligo. Mas, você sabe. Sou medrosa. Você entende? Não. Eu sei. Eu só tenho medo, medo dos meus sentimentos. Medo de dizer o que sinto, medo do que sinto. Eu me escondo aqui e você me acha. Tenho medo de me perder, medo de não te encontrar. Medo de te encontrar. Tenho medo disso -...

Divã

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¾  Um tempo. Achei que seria a melhor solução no momento pra nós dois. Ou, pelo menos, seria o necessário. Muita coisa mudou, sabe, depois das merdas que ele andou fazendo. Eu já não sou mais a mesma. Nem ele. Tentei, e muito, adiar esse momento, mas não deu. Nossos limites estouraram e, no meio de todos esses destroços, a gente se perdeu. ¾ De novo? Foi o que eu perguntei a ela. Mais um final mal resolvido e mais um tempo indeterminado onde a gente fica longe se cobrando, maldizendo e discutindo, como se estivéssemos juntos. Eu só queria que ela soubesse que eu fiz mesmo muitas merdas. Eu sei, eu sei que não foram poucas e que não faz lá muito tempo. Mas eu só queria que ela soubesse que eu já paguei um preço bem caro por isso: estraguei o nosso amor. E é nisso que penso todas as noites – e ela não sabe. ¾  Quando a gente se conheceu? Ah, nem lembro direito como tudo começou. Quando me dei conta, já era tudo isso sem a gente nem perceber. E, sem querer, foi. É. E...

Bloco de Notas

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Evito escrever, às vezes. Mas, hoje não consegui. Hoje, não resisti ao ícone do Bloco de Notas me chamando na barra de tarefas: vem-que-eu-sei-que-você-me-quer. É, te preciso, talvez. Sempre que estou meio down, evito escrever. Sei que não vai sair nada legal, não vai sair nenhum texto bacana, nem nada que vá me trazer boas recordações no futuro – bem próximo, aliás. Mas, sabe, se me perguntarem o porquê nem eu sei dizer, acho. Nem Freud é capaz de me explicar, meu bem. Tem dias que a gente cansa de tudo - e de muitas outras coisas também. E até a brisa leve de toda tarde, que antes acalmava, ficou chata de repente. De tanto ser delicada, deixou de acalentar. Santa Chuva vai tocando no meu repertório mental e eu chovo por dentro – de sal. Tem dias de sereno fino que se tornam tempestade. Chove aqui por dentro e, lá fora, as estrelas riem para a lua, como quem convida - me convida. Amanhã vem o sol. Eu sei. Mas, hoje é frio. E ainda chove. Tem noites que a gente só precisa de...