Constatações
Dia desses eu voltava da academia
à noite, chuviscava. Passei pela porta de um lugar, que não sei ao certo se é
um comércio ou um bar, mas seja lá o que for o fato é que algumas pessoas
estavam sentadas em frente, conversando. Até aí tudo bem, coisa normal em cidade
pequena. Quando me distancio um pouco mais ouço um velho dizer: “Por isso que o
mundo tá perdido! Como é que pode uma mulher sair de casa com uma roupa justa desse
jeito?”. E olha que eu não usava um mini-top-oi-sou-piriguete, nem nada fora
dos padrões “normais”. Santa ignorância! Parei, ainda de costas, fechei os
punhos, cerrei os dentes e franzi a testa (eu sou muito zangada). Ainda olhei
pra trás e vi o velhote balançar a cabeça, pensei em voltar e lhe dizer umas poucas
e boas, afinal, quem ele pensava que era e que eu era pra jogar todos os problemas
do mundo nas minhas costas? Eu, hein! Então, depois de fuzilá-lo com o olhar, achei
que não valeria a pena chegar em casa mais molhada do que já estava, porque eu
poderia dar a ele todos os argumentos do mundo, que de nada adiantariam. Não somente
porque ele seja um velho arcaico e ignorante, mas porque ele viveu em uma época
totalmente diferente desta, que o fez assim. Deixei pra lá, já no portão de
casa até sorri.
Mas, então... Acontece que o tempo vai passando, a gente vai ficando
mais velho, mais maduro (ou não), mais seletivo e, consequentemente, mais
chato! É, nem todo mundo te entende, mas você consegue entender as pessoas,
assim como entendi a do velhote, o que não significa que aceitei o tal do
rótulo. Só não vou mais discutir, porque , sinceramente, cansa tentar explicar
o que algumas pessoas não entenderiam. Isso que é o bom. Sabe, nos últimos
tempos eu me descobri uma apaixonada pelo “bicho homem”. Eu acho intrigante e
muito curioso observar o comportamento de cada pessoa. Por isso que, não nego,
assisto de vez em quando o BBB. Eu não sou fã, nem telespectadora assídua (mas não
estou criticando quem é, pelo amor de Deus! Até porque virou moda ser crítico
agora!), mas, sempre que dá sento pra ver porque acho que ali é um ótimo lugar
pra se observar como as pessoas agem e de que forma elas pensam, ainda mais
quando isso envolve dinheiro e/ou busca pela fama.
E quanto mais eu constato sobre as pessoas mais eu me orgulho da minha
boa percepção. Desculpa-se-eu-sou-muito-boa-nisso! Quando eu falo em
observar e constatar não quero dizer que vivo de rotular as pessoas, procurando
os seus defeitos. Longe de mim. Digo logo isso de antemão porque, como já
mencionei, virou moda esse negócio de criticar e eu detesto a “atiração” de
farpas que se gera por uma simples constatação óbvia: todo mundo pensa
diferente! E a discórdia sempre vai existir! Infelizmente, mas vai. Outra coisa
muito boa é que ninguém é obrigado a agradar ninguém. Simples como uma regra de
três. Eu não agrado você, tudo bem, é seu direito. Mas olha só, você também não
me agrada, é meu direito! Então, estamos quites? Devia parar por aí, não? Não,
não pára, infelizmente de novo!
Enfim, a pior coisa que existe é a
ignorância. É achar que liberdade de expressão é falar o que quer e não aceitar
que te critiquem ou discordem do que você pensa. Todo mundo é igual e, ao mesmo
tempo, diferente. Também não precisa ser hipócrita e de repente posar de intelectual
só porque está na moda. Quem nunca folheou uma revista de fofocas? Quem nunca
assistiu o Faustão? Quem nunca clicou na aba “Celebridades” no site de
notícias? Quem nunca falou uma asneira que atire a primeira pedra. Não somos
feitos pra sermos sérios sempre. Inteligência não se mede assim. Claro que existe um limite, pra tudo, isso
eu defendo, principalmente quando se tratam dos meus. Tem certas coisas que
extrapolam minha boa vontade. Mas uma coisa é certa: acredite, porque querendo ou não, todo mundo precisa de tudo um pouco!
Simone Oliveira
Comentários
Aqui tem um baita cheiro de sol!
beijocas de luz*
=)
que seja sempre assim.
Lindo texto _ cmo sempre.
beijos ***