Aos canalhas!
Obrigada, canalhas. É. Obrigada e
parabéns! Nada mais justo do que reconhecer um trabalho se bem feito for. Classifico
minha vida em antes e depois dos canalhas. Resultado final: 1,68cm de pura
esperteza!
Obrigada a você,
canalha-do-telefone. Graças a você, que disse que telefonaria amanhã (nunca),
eu aprendi que ligações pré-anunciadas dessa forma são um tanto formais demais para
uma suposta aspiração a casal. Quem quer liga sem avisar. Quem quer faz
surpresa. Obrigada a você, canalha-da-cartola. Graças a você, que sumiu do nada
e sem explicações, eu pude aprender que para algumas pessoas fugir dos problemas
parece ser a solução mais fácil. Aprendi que essa solução é realmente mais
fácil, porém, é muito mais dolorosa. Graças a você aprendi que covardia é
truque para os fracos e que as coisas podem ser facilmente resolvidas se
conversadas. Obrigada a você, canalha-do-ônibus. Graças a você, que um dia
disse: me-esqueça-estou-em-outra, eu aprendi que algumas coisas passageiras não
valem a pena, aprendi a não correr atrás de quem vive de parada em parada. Aprendi
que o mundo gira e que, apesar de ser grande, é redondo, as pessoas se
reencontram. Aprendi que reencontros nem sempre são lindos e felizes. Aprendi que
vingança existe e tem gosto. Obrigada a você, adorável-canalha. Graças a você,
que disse em tom de inocente displicência:
e-se-eu-te-disser-que-eu-sou-um-canalha?, eu aprendi que os canalhas podem ser
bem-humorados e boas companhias. É, alguns canalhas jogam limpo. Aprendi que
você pode conviver com um deles, desde que saiba exatamente quando apertar os
botões play, pause e stop. Obrigada a você, o canalha-do-carretel. Graças a
você, que me enrolou, eu aprendi que quem enrola se enrola muito mais no final.
Descobri que quem quer não tem tantas dúvidas. Obrigada a você também,
canalha-bom-moço. Graças a você aprendi que ser ogro é coisa de alma. E que julgar
o livro pela capa confere. E, finalmente, obrigada a você, pseudo-canalha. Graças a você eu
descobri que nem sempre aquele moço (aquele que te manda mensagens lindas e
fofas, aquele que não só promete, faz, aquele que te dá amor, carinho e atenção,
aquele mesmo que você nem acredita que existe), aquele moço não é um canalha.
Aprendi que experiências não são regras e que toda regra tem sim uma exceção. Aprendi,
então, que para aprender é preciso mesmo dar a cara a tapa, sentir na pele
torna as coisas mais marcantes.
Um largo obrigada a vocês,
canalhas que passaram pela minha vida. Vocês não foram totalmente inúteis. Foi topando
em caras errados que aprendi a andar com cautela para não chutar o cara certo.
Simone Oliveira
Comentários
Bem sabia que tu ia gostar! Beijos!
Arrasou!
É assim mesmo, como tudo na vida a gente aprende com cada pessoinha que passa por ela e os canalhas não seriam diferentes.
A gente aprende a ter cautela mesmo, pra não dispensar o cara certo.
Além da ótima escrita, uma ótima postura diante da vida!
Parabéns!
Muito bom meeeesmo.
Beeijo.
Ótimo texto!
Bjs!