Do que se foi...
Apertei o play naquela música proibida e chorei. Chorei
saudade, tristeza, alívio e tormento. Chorei nós dois, nossos risos e nossas
dores. Chorei o tempo que se foi e o tempo que está. Hoje me permiti esvaziar.
Pois é, não deu, feito letra de Los Hermanos, “deixa assim como está, sereno.”
– mais uma vez. Mais uma tentativa fracassada que termina em brigas e mais
brigas, acusações, lágrimas e telefone batido na cara. De quem são as culpas?
Ah, a essa altura do campeonato já nem sei mais. A culpa foi minha, foi sua,
nossa. É, foi bom. Foi muito bom aquele tempo em que a gente era feliz. Nosso
‘amor grude’ que acabou durando mais que o normal, duramos mais do que
apostaram na gente.
Hoje você perde a compostura e eu, a paciência. Ouço o que não
mereço e digo o que já não tem necessidade. Se pra você nada valeu a pena só
porque acabou, então você não sabe mesmo o que é amar de verdade. E lá na
frente, talvez, você entenda o porquê da minha descrença, o motivo do meu
cansaço. Aí você vai entender que o amor precisa ser cuidado, precisa ser
regado, dia a dia. Se a confiança é um castelo de cartas, o amor é o que mora
lá dentro. É zelo. Aí você vai entender, quem sabe, que ferida sara, mas deixa
marca. Um risco superficial, uma cicatriz profunda, um trauma, um medo, uma
lição, uma lembrança. Depois você vai se dar conta de que a gente colhe mesmo aquilo
que planta. Não espere colher um pomar adocicado se só plantou das sementes
amargas.
Olha, já nem sei onde a gente se perdeu, a essa altura nem
sei, ao menos, onde a gente se encontrou, já perdi as contas de quantas vezes
corri a te procurar, enquanto você procurava por alguém. Agora eu sigo meu caminho,
que ainda é meio incerto, meio torto e cheio de curvas. Tropeço e nem sei por
onde vou, nem sei o que procuro, mas eu busco alguma coisa que, isso eu sei, lá
na frente, eu vou encontrar.
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Um grande abraço!
Camila Gomes
http://camillacris.blogspot.com.br/