Esperas e expectativas...

Não vou mentir, já sofri muito por antecedência. Já deitei e perdi o sono milhares de vezes pensando em tudo que poderia acontecer –mas não acontece. Já adormeci no travesseiro molhado e acordei de olhos borrados. É sempre assim: a gente espera, espera, espera e, finalmente, cansa. Aí parte pra outra ainda meio decepcionada ou fica ali curtindo um pouco mais de solidão. Expectativas fazem a gente sofrer. É aí que entra o pessimismo, o desânimo, a desesperança e a vontade de desistir. Esperar demais das coisas ou das pessoas pode ser uma frustração enorme, pode ser um trauma carregado pelo resto da vida. Sério mesmo. Principalmente se esta pessoa for um otimista. A euforia do otimista faz com suas quedas sejam mais violentas, deixam mais sequelas. Por isso, ando preferindo não ser tão otimista,o que não me impede de pensar positivo e de correr atrás do que quero. Não ser otimista já me livrou de grandes decepções. Na verdade a gente tem que aprender a equilibrar as coisas, porque ou a gente aprende ou a vida ensina – e, pode crer, não é de forma branda. O mundo não tem dó. Quando a gente sai pra vida é que conhecemos as suas várias facetas, a vida faz caras e bocas. Não acho que sou pessimista, só acho que essa foi a forma que criei de lidar com a expectativa e não deixar que ela me domine ou me cegue – por que às vezes a gente não consegue enxergar a realidade, ou viver a realidade quando se está embebedada por um desejo, eles nos vendam. E isso de dizer que os sonhos é que nos movem acaba sendo um balde de água fria. Os sonhos não nos movem, nós é quem movemos os sonhos – ou deveríamos mover. Sonho a gente sempre vai ter, o difícil é levantar da cama e ter coragem de transformar tudo em objetivo. É quando a gente passa a ter um foco que a vida pega impulso. Não existe nenhum realista que nunca tenha sonhado, nenhum pessimista que nunca tenha transbordado de esperança e muito menos nenhum otimista que nunca tenha se frustrado. Ponderar. Essa é palavra. Não vou mentir, já voei com os pés no chão muitas vezes – e isso ainda acontece. Já caí de muito alto, já levantei. Já dei de cara no chão duro. Mas, aprendi a bater a poeira e cuidar das raladuras. Aprendi a não deixar que isso me desanime ou me impeça de andar. A vida passa, ávida. Por isso, não espere demais dos outros – não espere nada dos outros. Surpreenda-se. Tome as rédeas da sua vida e guie os seus sonhos na direção que desejar. O tempo que se perde esperando não espera sua vontade de (re)caminhar. – Simone Oliveira