Se virar amor, estraga!


Poderia passar o dia inteiro te olhando, sabia? É, eu não canso não. Adoro essa sua-minha-cara preferida quando olha meio distante, pensativo. Não sei como chama isso que rola entre a gente, vai ver é só uma atração do tipo mais que fatal com um prazo de validade que se estendeu além da conta. Sabe, todas as declarações de amor que já ouvi por aí não se comparam àquela sua ligação no meio da madrugada, bêbado, dizendo que me amava. Lembra? Não ri, vai, eu sei que sou meio (ou muito) boba mesmo. E aí, depois de ter me contado a mesma história três vezes, você dorme na linha e eu, no vácuo, nem te liguei de volta pra te xingar. Sério, foi lindo.
Quando eu deito no seu colo e você reclama do meu cabelo fazendo cócegas no seu rosto – e a gente ri e lamenta, ao mesmo tempo, de tudo que passou – parece que o mundo é ali e o resto não importa. Quando você trapaceia e me faz prometer que não vou mais te deixar, exatamente quando estou impossibilitada de qualquer promessa, é que me vejo aqui perdoando todos os seus erros de Português, nessa vontade louca de te ligar e te dizer que, pultz... eu gosto de você, ta? Mesmo você sendo o meu oposto, a gente se entende. E, de uma forma insana, se atrai.
Mas, não. Eu não digo. Sabe por quê? Por que, no fundo, eu detesto essa minha vontade de te querer pra mim no dia seguinte. Detesto te lembrar perdida num sorriso distraído. Por que, no fundo, eu te quero muito, muito além do que eu mesma possa admitir. Mas não me permito. Não me permito, ta? Eu sei bem que fomos feitos um pro outro, de uma forma meio louca, meio desencontrada... mas fomos, eu sei – e assim vamos. A gente se encontra nas horas mais erradas e se perde quando deveria se encontrar. Por isso. Por que se virar amor, estraga.

PS.: Você é meu desencontro mais esperado, minha perdição favorita!

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