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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Eu nunca disse que queria me encontrar

Um oi e eu sigo rindo pro vento e pra qualquer desconhecido que passar. Um oi , só, e eu leio teu pensamento enquanto teus olhos me cercam naquele velho e amigo íntimo beco sem saída. Você e suas armadilhas, você e seus cílios compridos, você e sua mania de me prender como se eu não tivesse como fugir, como se eu não quisesse fugir. A essa altura da brincadeira já não sei mais quem está em vantagem. Não sei, muito menos, se meus truques funcionaram. Não sei se soube jogar bem teu jogo e também não sei em que ponto de tudo a gente continuou brincando sem regras, antes tão importantes. Não sei até onde você me faz bem ou mal. Não sei mais o que você me provoca, fora aquela vontadezinha de não ir embora e ficar lá pra sempre do teu lado. Porque o melhor lugar do mundo ainda é quietinha do seu lado, sentindo seus dedos bagunçarem meus cabelos. A melhor sensação do mundo ainda é deitar sobre você e sentir os pêlos do teu peito brincarem com a pele sensível do meu rosto, ainda é senti...

Ela só é feliz no sol

Se chove lá fora, o mundo é pequeno demais debaixo do seu guarda-chuva. Porque, se o tempo fecha e o céu faz cara feia, o coração dela fica miúdo e se encolhe todo por dentro. Na sombra das nuvens escuras, ela se desfaz dos seus medos pra ocupar seus lugares e se enrosca no labirinto turvo que são suas doces e claras lembranças. Ela é triste quando as gotas do céu batizam sua dor. Se os trovões gritam pro mundo sua fragilidade, ela se esconde nas cobertas feito criança de três anos. Se chove e escurece, ela fica triste. Seus olhos escuros desafiam o breu da noite. Qual deles esconde mais mistérios? É dela o frio que pula a janela e faz cócegas nas cortinas. É dela o brilho escondido das estrelas por entre o nublar do céu da noite antecipada. É só dela o quarto fechado e as recordações presas a sete chaves dentro da gaveta bem lá no fundo do coração. Ela é leve feito pena. Ela é feito balão ao encontro do infinito, quando sobe feliz-feliz céu afora à procura do que aqui embaixo n...

Bobice...

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— Que horas são? — Oi? — Que horas são? — Nem tão cedo pra você ir embora, nem tão tarde pra decidir ficar. E aí? — Ah, para. Suas piadinhas não ficam bem de café da manhã. — Tudo bem, zangadinha. — Sério, que horas são? — Oito da manhã. Bom pra você? — Há quanto tempo você ‘tá’ aí? — Como assim? — Há quanto tempo você ‘tá‘ acordado? — Tempo suficiente pra perceber que você fala algumas coisinhas enquanto dorme e sorri enquanto sonha. — Droga! — Que foi? — Nada... — Hum. — Desculpa por tudo. — Tudo o quê? — Tudo! Tudo que eu fiz e, principalmente, o que não fiz nos últimos tempos. Eu sei que fui muito... ah, sei lá... Desculpa! — Ah... Não, não chora, amor! Nós fomos dois idiotas. Eu fui o mais idiota. Assim fica melhor? — Não, você não foi. — Fui, você sabe. — Não! — Eu te amo. — Eu também, mas... — Mas? — Muita coisa mudou desde que tudo perdeu o rumo e fomos para lados totalmente opostos. — Eu sei. Mas tudo pode mudar de nov...