Pretérito mais-que-perfeito
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Pessoas marcantes, quando vão embora, deixam uma ferida aberta no coração. — Talvez ela não acredite, mas sinto falta. Falta da implicância com minha barba por fazer, dos cabelos pelo quarto, da música escrota que ela ouvia e coreografava aos risos pra me roubar atenção, falta da escova de dentes ali ao lado da minha. Falta dela no meu travesseiro. Talvez ela custe (ou se recuse eternamente) a acreditar que ainda gosto dela. Ainda rolo pela cama de olhos abertos e embargados em meio às recordações não mais tão vívidas na memória. Nem tudo tem que ser fácil – agora isso faz sentido. Ouço aquela música (uma das poucas) que me faz chorar e mergulho no sal que é a saudade quando inunda a alma, quando encharca por dentro e transborda por fora levando tudo feito uma onda gigante, afogando minha felicidade. Acendo um cigarro na tentativa de queimar cada sorriso que escorre em gotas pelo meu rosto, cada flash que confunde minha retina e te reproduz em cada esquina, em cada passo, em cad...