É dela minha calma, é teu o meu verso
Quando a lua se mostra, o céu se descortina. As estrelas se
dispersam para, juntas, brilharem. É só dela a beleza da noite, é dela a minha
inspiração. Às vezes, sinto vontade de ir até lá, ver se o mundo, lá de cima,
também é bonito, também rouba suspiros.. ver se o teu encanto, moço, resolve por
lá ficar. Mas, daqui debaixo, por entre o sal que lava meu rosto, eu olho pra
lua, tão perfeita, tão amada, e só penso em você.
A perfeição da noite é dela, mas os meus pensamentos são
seus. Talvez seja clichê demais te dizer tudo isso, mas, sempre que me pego
pensando assim, no meio da noite, debaixo do céu, descubro que a todo instante
era você. Era só você. E aí meu coração aperta e vai diminuindo até quase sumir;
e eu só consigo cerrar os olhos e sentir as batidas mais aceleradas gritarem
por dentro e, por fora, a grama gelada faz um carinho nas costas das minhas
mãos.
De repente, abro os olhos novamente e ela continua ali, linda,
a me sorrir como se quisesse me dizer que a beleza das coisas continua, apesar
de. Que o mundo pode ser lindo, apesar de. Que existem pessoas capazes de amar,
mesmo que. E aí eu penso se de onde você está você também pode vê-la, se você
também pode me sentir. Se, de repente, ela também estará tentando te falar várias
coisas, se você vai saber ouvi-la. Você é como a lua, tão perto e tão distante,
tão encantador e tão impossível. De tão impossível, surreal.
Quando a lua se desnuda, a inspiração te veste e te invade.
E, não adianta, seus dedos te traem e as palavras correm, cintilantes, felizes,
embora seja de sal todo o seu brilho. A lua tem dessas coisas, a noite tem dessas
luas e o amor tem desses desencontros. Porque é dela o meu verso, mas é só tua
a minha saudade.
Textos escrito especialmente para o #SLLConvida, do blog Sob a Luz da Lua, da Maya Quaresma! Prazer imenso em ter participado! :)
Comentários
Ei,
passando para avisar que tem continuação do blog-novela: Meias Verdades #002
Beijinhos