Por trás dos olhos
Fecho os olhos e sinto tua respiração quente ao tocar meus lábios, tua barba por fazer me arranha levemente a face, deslizando da orelha ao pescoço, o que me faz arrepiar suavemente. De olhos abertos, mergulho no mar dos teus, que hoje brilham feito céu estrelado, reluzindo feito a lua nas águas verdes dos mares. Teus dedos embrenham-se pelos meus cabelos, descendo até a nuca, em um toque carinhoso e pretensioso que me faz viajar. Teus braços fortes me enlaçam em um ninho de proteção e desejo e eu sinto teu coração bater acelerado junto ao meu, num compasso não ritmado, mas completo. É quando não te pertenço que me sinto tua, e é só quando sou tua que me reconheço de verdade. Gosto da curva maliciosa que se faz no teu sorriso e da combinação contrária dos teus cabelos tão escuros que caem desalinhados por entre teus olhos tão claros. Gosto quando chega sem avisar, envolto num sorriso e braços largos. Gosto, especialmente, quando chega. O sol entrou rasgando pelo quarto, sacudindo ...