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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Aos canalhas!

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Obrigada, canalhas. É. Obrigada e parabéns! Nada mais justo do que reconhecer um trabalho se bem feito for. Classifico minha vida em antes e depois dos canalhas. Resultado final: 1,68cm de pura esperteza! Obrigada a você, canalha-do-telefone . Graças a você, que disse que telefonaria amanhã (nunca), eu aprendi que ligações pré-anunciadas dessa forma são um tanto formais demais para uma suposta aspiração a casal. Quem quer liga sem avisar. Quem quer faz surpresa. Obrigada a você, canalha-da-cartola . Graças a você, que sumiu do nada e sem explicações, eu pude aprender que para algumas pessoas fugir dos problemas parece ser a solução mais fácil. Aprendi que essa solução é realmente mais fácil, porém, é muito mais dolorosa. Graças a você aprendi que covardia é truque para os fracos e que as coisas podem ser facilmente resolvidas se conversadas. Obrigada a você, canalha-do-ônibus . Graças a você, que um dia disse: me-esqueça-estou-em-outra, eu aprendi que algumas coisas passageiras ...

Sobre a inspiração

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E, por falar em medos, um dia alguém me perguntou: ―   De onde você tira tanta inspiração? A resposta veio rápida em seis curtas e assustadas letras: ―   Não sei! É, eu não sei de onde ela vem. Só sei que vem. Ou não vem. Vai ver sempre esteve, sempre está. Estará? Meu maior medo é de um dia olhar pro pôr-do-sol e não ver sua beleza ao se esconder timidamente sob o céu laranja-rosado-rosa-alaranjado. Medo de olhar para a rosa e ver apenas uma rosa. Medo de não ver o lado de dentro. Medo de escolher pela cor, não pelo perfume. Medo de não sentir. Medo de me perder, mais medo ainda de me encontrar. Ah, que medo bobo! Inspiração é aquilo que saltita, palpita e escorrega nas veias feito criança sorridente em parque de diversão. É poesia. É vida. É música. É “a moça no meio da tarde de um domingo azul”. É tudo aquilo que não se vê. Inspiração é um sino que toca no cérebro quando o coração balança a cordinha. Simone Oliveira

A casa foi (re)construída!

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Rasguei a roupa velha, me vesti de ousadia! Arrastei alguns móveis, pintei algumas paredes. Calcei meu salto-agulha-arraso, vesti meu vestido preferido. Mudanças são necessárias. Mudei de cara, de ares, de ambiente, estava precisando. Só não mudei de mim. Continuo a mesma. Um pouco mais à vontade agora. Reconheci o meu lugar! Dei um giro completo no blog. Estava precisando, deveras. Espero que tenham gostado. Precisava de mais cor, de mais vida, de mais ousadia, de mais provocação. Agora a casa se chama Adoce sem açúcar! O domínio também mudou, espero ficar fixo. Peço a quem tiver adicionado o blog a suas listas de blogs que atualizem por favor. Obrigada. Sintam-se à vontade. A casa é nossa. Ah, e curtam a nova página no facebook! Beijos (e cerejas)! Simone Oliveira

Voo, vou...

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Acontece que minhas asas são muito grandes, não cabem na gaiola. Tem outra coisa, eu fico mais bonita quando voo, quando vou pra onde quero, quando o vento bate no rosto e faz dança nos cabelos. Não sei se você sabe, nem todo mundo sabe. Eu fico mais leve quando me deixo levar. Minhas asas ocupam espaço demais no chão, eu sou muito desengonçada pra andar em linha reta. Sem falar que o mundo é muito mais bonito visto lá de cima. Acontece que eu demorei pra aprender a voar. Caí, mas levantei. Agora descobri, a tempo: o mundo é pequeno demais para o tamanho dos meus sonhos. Vou. Porque depois de muito tempo você entende que não é preciso ser, é preciso ir. A direção? Vai com o vento, vai pra onde faz mais sol e o céu é mais azul. Depois de um certo tempo você entende que o coração sempre grita mais alto. Você entende que você não precisa entender. Afinal, viver é enigmático demais para a nossa capacidade tangível de entendimento. Mas, então, não me prenda. Me liberte sem me so...

Curto

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Cereja. Serei, já. Mas não agora. Por enquanto, me poupo de ser. Vou sendo, só. Simone Oliveira

E o amor? Acaba?

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Se amor acaba? Não, não acaba. Amor adormece, tira soneca, tem sono profundo. Amor muda de casa, muda de nome e telefone. Amor muda de verso, muda de rosto, muda de música, muda de rima. Amor não acaba. Amor amadurece. Amor floresce esvoaçante no outono. Amor, amor mesmo, dança em qualquer ritmo. Amor é samba, é MPB, é velha-bossa-nova. Amor é muito seu, é muito íntimo. É um dar que não quer dividir. É caridade que quer receber. Amor é abrir o coração de novo, mais uma vez. É ser capaz de falar de amor mesmo sem saber que forma ele tem. Amor é não saber. O amor vê beleza no caos. E, afinal, o que seria do mundo não fosse o (in)vento que a poesia lhe dá? O que seria das pessoas não fosse o amor para lhes (en)cantar? Amor é caminho sem volta de muitos atalhos. Amor é jardineiro: cuida, rega, vê florir, vê crescer. Amor é o que você faz de bem, por bem, de coração. (C)oração... Amor é fé. E aí, você pergunta: o amor acaba? Não, não acaba! O amor nem começou. Nada acaba s...

E se...

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Se fosse pra ser uma hora do dia, eu seria o pôr-do-sol, se fosse pra ser uma flor , eu seria uma anêmona. Se fosse pra ser um animal, eu seria qualquer um que voa (alto). Se fosse pra ser um doce , eu seria meio amargo. Se fosse pra ser uma fruta, eu seria um morango. Se fosse pra ser uma estação do ano, eu seria a primavera . Se fosse pra ser um mês, eu seria janeiro. Se fosse pra ser uma comida, eu seria quente. Se fosse pra ser uma bebida, eu seria a mais gelada. Se fosse pra ser um gesto, eu seria um abraço . Se fosse pra ser uma dúvida, eu seria todas. Se fosse pra ser um amor, eu seria o mais simples. Se fosse pra ser um caminho, eu seria cheio de curvas. Se fosse pra ser um sonho , eu seria real. Se fosse pra ser uma mentira, eu seria a mais sincera. Se fosse pra ser óbvio eu não faria rodeios. Se fosse pra ser tudo, eu não seria nada.  Se fosse pra ser menos complicado não teria graça.  Se fosse pra ser outra pessoa ainda assim seria eu. Sem mais. Sem pressa. Sem ...

Você

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E nesse vai-e-vem sempre esteve você , que mesmo sem entender e mesmo sem que eu percebesse sempre esteve no meio desse ziguezague de (in)decisões, das quais você não fazia parte. Você, que me conheceu menos complexa, disse que está confuso. Entendo. Quem não ficaria, afinal? Mas, olha, no meio disso tudo tem você, que eu me lembro de vez em quando, ou sempre. Você entende? Tem você ! Eu te carrego aqui comigo até o dia em que puder caminhar ao meu lado e me contar aquelas únicas piadinhas sem graça que me fazem rir. Simone Oliveira

Precisa de título?

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─ Quer companhia? ─ Desculpa, é que não quero conversar com ninguém agora. Você entende? ─ Eu não vim pra conversar. Eu vim pra te fazer sorrir ! Simone Oliveira

(e)ternas lembranças...

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Saudades de quando minha única preocupação era olhar pro céu de cinco em cinco minutos pra ver se ia ter sol no finzinho da tarde. Infância . Saudades daquele dia frio e chuvoso quando deitei na rede com meu pai e cantamos o dia todo. Saudades da minha mãe correndo ao redor da casa pra me pegar (ela sempre me pegava no final). Nostalgia . Saudades do Jack, meu pastor alemão que me dava a pata e me ouvia conversar parecendo me entender. Saudades do meu primeiro bichinho de estimação, um pintinho chamado Dicky (meu irmão e eu fizemos um funeral completo quando ele morreu). Lembranças. Saudades da época em que minhas amigas eram mais sinceras e conversávamos sobre bonecas, não sobre homens, quando as amizades se desfaziam pela manhã e faziam as pazes à tarde. Simplicidade. Saudades de brincar de amarelinha na calçada larga de casa. Saudades do meu sorriso meigo e dos meus cachinhos quando tinha cinco anos. Inocência . Saudades de quando fazia minha casinha de boneca debaixo da mesa da ...

Entenda, dona Moça

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Mas aí, dona Moça, acontece que nem tudo tem explicação. Certas coisas são, simplesmente. Sem razão nenhuma pra ser. Você não precisa ir embora, não precisa correr. A felicidade um dia vai te acompanhar (ela sempre nos acompanha) e aí, dona Moça, você não vai ter saída. Não deixe seus medos fazerem sombra em você. Olha, Dona Moça, eu aprendi. Você, um dia, vai aprender. Não leve a vida tão à risca. Não existem regras para viver. Não se esconda, não feche sua janela. O amor, quando quer, arromba as portas. Cuide do seu jardim, deixe que suas flores desabrochem. Perfume a sua vida, dona Moça. Um dia a gente aprende, eu aprendi e você também vai aprender que a vida é mesmo dura quando você tem medo, quando você se acha fraco, quando se acha vítima. Você não é vítima. Ninguém aqui é vítima. Somos todos perdedores, apenas. E perder, às vezes, é ganhar. Sonhe, dona Moça, mas não durma demais. O tempo passa e não volta. O tempo corre. E não espere pelo príncipe encantado, ele não...

Escrevo, apenas

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Você escreve? É, escrevo. Você é muito instrospectiva. É, eu sou. Você é muito doce. Não, não sou. Você é muito áspera. Não, também não sou. Você é o ‘que’, afinal? Eu sou um despejo de palavras . Eu escrevo desajeitado, torto, sem regras. E não, eu não sei fazer versos e rimas, eu não sei brincar com as palavras, elas apenas me tiram pra dançar e fazem festa. Eu escrevo porque a escrita é a minha forma de gritar e de calar, é minha única forma de me encontrar ou de me perder. Não escrevo para você, não escrevo para mim nem, tampouco, sobre mim. Escrevo para tudo: tudo que sou, tudo que não sou, tudo que gostaria (ou não) de ser. Escrevo para tudo que vive. Escrevo porque, no papel, as palavras encontram o seu lugar. Escrevo o que penso, não, necessariamente, o que sinto. Escrevo sobre o que me inspira. E nem tudo que me inspira realmente me importa. A escrita é minha (sur)presa . Confesso: tenho muitos insights. Mas, quem escreve sabe que as coisas não têm que ser tão re...

Das cartas que não mando

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Em algum lugar, que não mais o seu coração, numa tarde nublada e sem vento de um ano qualquer que passou... É, passou... mas hoje eu te vi. E te olhei. E sorri. E me deu vontade de dizer que durante todo esse tempo eu senti muito a sua falta. Eu-sinto-muito-a-sua-falta. Mas você me viu, me olhou e sorriu e eu, então, emudeci vendo seus olhos verdes brilharem e tudo fazer festa no seu rosto. A verdade é que tudo passa : as horas passam, os dias passam, a chuva passa e o arco-íris vai embora. E o que resta é a memória, o que resta é o amor, é a certeza de que o que é verdadeiro permanece, fica, faz sombra e cria raiz . Você não sabe, mas de lá pra cá, os dias arrastaram-se na melodia enfastiada dos ponteiros do meu relógio e eu me arrastei na melodia cansada da brisa que te trazia até minha janela nas tardes de domingo. Sempre à espera de você que, sabia, não ia voltar. Inutilmente segui novos caminhos, peguei caronas e atalhos (mais caronas que atalhos), mas sempre parei no ...

E por que não falar de você?

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Ao som de Pose - Engenheiros do Hawaii  ♪ E por que não falar de você? Eu, que escrevo até sobre desconhecidos, hoje pensei: mas por que nunca escrevi nada pra você? Justo ‘você’, entende? A resposta é simples: porque é difícil! É difícil porque sempre que pensei em algo me vinha logo aquela frasezinha clássica de que ‘nem-todas-as-palavras-do-mundo-são-capazes-de-descrever-o-meu-amor-por-você’. Mentira! Existem palavras, eu só não sei como usá-las, porque elas perdem o rumo e fogem das linhas quando lembro do seu sorriso. O nosso amor fugiu das regras, fugiu dos clichês, fugiu de tudo dito ‘normal’, fugiu da pieguice. Porque nós não precisamos mostrar ao mundo que nos amamos, basta mostrar-se um ao outro, isso basta e é mais verdadeiro. Frases feitas não combinam com nós dois, nossas frases nós mesmos escrevemos, em linhas tortas, em letras borradas, colorido ou preto e branco, em papel, árvores e bancos de praça. Mas, sempre nós. Sempre eu. Sempre você, é sempre você. ...