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Mostrando postagens de março, 2012

Sem nós

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Foi aqui que te conheci. Em mais uma daquelas noites que a gente só procura diversão. Lembro bem de você chegando e me chamando pra dançar, lembro da forma leve como sorria e das suas mãos desajeitadas sem saber onde pousar. Lembro do seu perfume amadeirado, do seu jeans casual e do cabelo despenteado – macio. Lembro como se fosse hoje.  E será sempre hoje enquanto eu lembrar. Lembro de nós dois sentados na calçada, você não ligou pros meus olhos borrados e minha descompostura ao tirar a sandália. Pedimos um táxi e conversamos mais uma hora no portão. Vez ou outra o assunto se perdia dando voz ao nosso olhar, que pedia. Lembro da sua barba por fazer roçando-me o rosto. O coração batendo mais acelerado e algo quente, muito quente, dançando pelo meu corpo. Medo, expectativa, emoção, alívio e felicidade. Nosso primeiro beijo. Um abraço e um sorriso. Lembro de te ver caminhar de frente pra mim até a esquina acenando e mandando beijos com as duas mãos – antes de dobrar você desenhou ...

O que você - não - deveria saber sobre mim

  Zangada. Cabeça dura. Casca grossa. Fria. Mais? Sou muito objetiva, não gosto de meios-termos e detesto gente que tem mania de ficar em cima do muro. Extremista. 8 ou 80. Tenho medo de palhaços e não gosto de receber flores. Tenho um baú lotado de cartinhas que recebi desde os 13 anos. Tenho sérios problemas em demonstrar meus sentimentos. Não sou carinhosa. Sou tímida – é, sou. Adoro quem, carinhosamente, me chama de nêga. Bruta. Mas, ainda há quem diga que sou um doce – meio amargo, claro. Quando digo ‘não’ dificilmente volto atrás. Sou orgulhosa e bato no peito. Tenho medo do mar – sério. Loshermaníaca. Míope. Não sou nerd, mas vou bem na faculdade. Não sou patricinha, nem rebelde. Não sigo moda à risca. Não gosto de gente fresca. Pessoas bem-humoradas me conquistam – é muito fácil me conquistar. Adoro quem me faz rir.  Odeio quando me chamam de anjo ou boneca.   Acho que os homens são mais sinceros do que as mulheres. Apaixonada por tudo que a Clarice escreveu. D...

Ando assim

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Sabe, você está certo. Eu não sou mesmo mais a mesma. Muita coisa mudou em pouco tempo – talvez. É, as coisas mudam. Eu também mudei. Já não penso como há alguns anos atrás, me sinto mais complacente e mais chata também. Desconfio que isso é tornar-se adulto. Adulteci, então – ou não. Depois de um tempo, algumas coisas passam a ter significado, já outras, perdem o sentido. Lembro da minha pressa, do meu passo rápido tropeçando nos ponteiros do relógio. Bobice ter pressa. Agora ando devagar que é pra enxergar os detalhes. Antes deixava meus sonhos me levarem, hoje sou eu quem os leva – amarradinhos no dedo que é pra não esquecer. Antes não sabia o que queria e, confesso, continuo sem saber – nunca saberei. Mas, já sei bem o que não quero. Não quero muito, não quero excessos. Quero bolsa leve, batom carmim, um coque frouxo no cabelo e um sorriso despretensioso. Ando mais solta, sabe, mais leve e mais egoísta: ando pensando mais em mim. Parei de correr atrás das pessoas e de tentar agr...

Dê flores aos inimigos

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As pessoas poderiam ser mais amáveis e mais doces, mas preferem a rispidez da amargura. Poderiam ser mais educadas, mas preferem permanecer na lama da ignorância. Eu, particularmente, odeio pessoas barraqueiras – é, existem pessoas que pagam por um barraco. Coisa feia é descompostura! Nada mais penoso e, ao mesmo tempo, nojento do que pessoas ignorantes. Eu tenho muitos defeitos, confesso. Um deles é a positividade (se é que é defeito) – não sou do tipo que esconde o que sente ou finge gostar do que não me agrada, sou mesmo muito transparente. Falo mesmo. Mas, nunca fui mal educada. Aprendi, desde pequena, e apesar do pavio meio curto, a respeitar as pessoas a minha volta, aprendi a ser educada e gentil, aprendi a pensar um pouco mais antes de falar pra não magoar ninguém (por que palavra é coisa que dói pra sempre) – e nessa de não magoar é que ando me magoando. Quando virei borboleta e voei para o mundo achei, por um minuto de inocência, que manteria tudo sob controle. Mas, não....

Algemar a tristeza?

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E há dias que o dia acorda quieto perdido no azul descolorido, há dias que nenhum batom combina com sua pele e o lápis borrado sob os olhos indica que não adianta fugir do choro da noite passada. Dias em que minha cama larga é estreita pra preencher tanto vazio. Eu nunca tive o dom de aprisionar sentimento nenhum, nem mesmo os ruins. Até mesmo a tristeza merece um pouco de liberdade. Não tenho talento pra quarto fechado, não tenho talento pra algemar tristeza. Ninguém é de ferro, uma hora extravasa, é preciso beber alguma coisa quente ao pé da janela e passear os dedos pela beirada do copo, como quem anda em círculos – como quem sabe que precisa andar em círculos. Aí é hora de vestir a tristeza e curtir sua lamúria, é hora de dar voz ao que andou tentando silenciar. É preciso que a tristeza grite, chore e transborde em salgadas palavras – sem nexo, letras tortas em papel borrado. E o dia segue sem cor e sem barulho no fundo dos travesseiros e dos pensamentos que vão e voltam ao so...

Reencontro

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Sempre fui relutante ao romantismo. O amor e eu sempre travamos uma batalha interna entre quereres, vontades e ceticismo – um passo dado e dois voltados. Mas, naquelas circunstâncias foi inevitável o coração não bater um pouco mais acelerado, afinal, te ver me pegou de surpresa. Naturalmente, percebi que minha respiração estava presa. Ele me olhava com cara de sol no meio da noite quente, sorriso entreaberto e olhos semicerrados. Me olhava com cara de não-adianta-você-fugir. Era impossível não desejar mergulhar no mar daqueles olhos que, nesta noite, brilhavam convidativos. Estávamos sentados ali mesmo, lado a lado, coração na boca, palavras nos olhos. Sutilmente, você sorriu - seu sorriso no canto da boca sempre foi o meu preferido, você sabia disso. Me chamava pra sair e eu, sem relutância ou pudor, desenhava um sim no olhar. Você não mudou nada. Continuava galante como sempre. Conhecia todos os meus pontos fracos, sabia exatamente o que fazer. Levantou-se, pôs as mãos nos bolso...

Mais uma sobre o amor

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E tudo fica mais lindo quando se tem amor. Mas, o problema de hoje é que as pessoas colocam amor onde não tem ou enfeitam muito um sentimento que por si só já tem sua graça. Assim como tudo que tem muitas cores e enfeites, o amor, se muito enfeitado, vira palhaçada. Muitos casais estão muito mais preocupados com a aparência, com a imagem de casal perfeito. A preocupação é em exibir um estamos-ótimos-e-felizes-para-sempre diariamente em alguma rede social quando, na verdade, nem existe tanto amor pra isso. Amor não se mostra, se vive. Tá, eu sei que quando a gente ama a gente fica mesmo meio bobo, meio cego, meio surdo e totalmente sem sentido algum. Mas, eu acho que a pieguice – quando usada em excesso, se isso for possível –torna-se prejudicial. Os excessos costumam passar despercebidos, já as faltas fazem uma grande diferença. Eu acho que o amor preza por naturalidade, romantismo natural, sabe, aquele jeito meio tímido de dizer ‘eu te amo’, aquele sorriso leve no canto da boca...

Você poderia me amar, por favor?

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Que meu radicalismo seja perdoado, mas eu detesto pessoas carentes! Pra mim, nada mais irritante do que alguém que exagera na dose do forever alone ! Ah, isso me irrita – demais. Quem nunca sentiu-se carente que derrame a primeira lágrima. Acontece! Há dias realmente que você não está legal, na TPM, então – o mundo inteiro resolve ficar contra você e as coisas teimam em dar errado, você é horrível e se te disserem isso você chora rios. Mas, isso é coisa que realmente acontece. O que me irrita são pessoas que fazem da carência um estilo de vida, pessoas que simplesmente não sabem buscar outras formas de diversão ou felicidade, pessoas de olhar que implora pateticamente: oi-tudo-bem-você-poderia-me-amar-por-favor? Claro, todo mundo precisa de alguém pra amar e ser amado. Quem disse que um colinho não é bom? Mas viver em função disso é outra coisa. Conheço pessoas assim, verdadeiras caçadoras. Com essas pessoas é impossível manter um diálogo sobre assuntos variados. É sempre o de sempr...

A estrada vai além do que se vê

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E Deus deve ter me feito no vai-e-vem dos quatro ventos. Só isso explicaria a minha instabilidade, minha falta de chão. Eu voo. Eu vou com o vento. É, eu sou do tipo volúvel, ando mudando de lugar. Tudo bem, eu sei que ser meio instável não é lá uma característica das mais sublimes que alguém pode ter. Mas, eu sou. Talvez seja um dos meus lados errados ou talvez não esteja usando a definição certa ou talvez eu seja volúvel em um sentido mais leve da palavra. Eu mudo constantemente, ando me adaptando a mim mesma de vez em quando. Eu quero demais, não gosto de meios, entre duas metades há sempre um vácuo. Não gosto de faltas, não sei lidar com ausências, sou de tato. Quero muito e quero intenso, vou pra onde escuto o coração gritar – mais alto. Vou pra onde os braços são mais abertos e o abraço é ninho – que esquenta. Vou pra onde o sorriso é mais largo e os olhos brilham mais. É, eu sou do tipo volúvel, e isso não é falta de personalidade, é sobra, acredite.  Apesar de borboleta,...

Foi minha mãe quem me ensinou

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Minha mãe me ensinou, desde pequena, a não confiar em estranhos. Pois é, eu levei isso muito a sério. E hoje, eu confesso, sou do tipo que pouco se dá. Se a gente erra por confiar demais nas pessoas e erra por confiar de menos, sou antes ficar com a segunda opção. Talvez seja um erro mais ‘seguro’, digamos assim, ou não. Hoje em dia isso é muito complicado. Confia, não confia, confia desconfiando, desconfia torcendo pra estar errado e por aí vai. É que as pessoas preferem usar máscaras ao invés de mostrar o próprio rosto, ninguém quer mostrar suas imperfeições, suas cicatrizes. Preferem usar maquiagem e sorrir sem vontade, preferem posar de boazinhas, de perfeitas-simpáticas-e-adoráveis. A maioria das pessoas só brinca de ser feliz. A maioria só se engana. Ah, isso me cansa. Gente de plástico, gente que não sente, isso tudo pra mim é muito cansativo! Sei lá, acho que o mundo anda meio tosco realmente, acho que não compensa mesmo a gente se dar tanto se as pessoas vivem cheias de hip...

Sobre medos, perdas e ganhos

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E, então, é exatamente aí que mora o problema. Bem aí, atrás dessa porta que você teme em abrir. Sabe qual o maior dos problemas? O medo. O seu medo!  Pensando sobre isso dia desses me dei conta (mais-uma-vez) do quanto a gente perde por medo de perder. E é por isso que, para algumas pessoas, perder sempre vai ser frustrante. Principalmente se der conta de que perdeu o que, na verdade, nunca teve. Tem gente que simplesmente não suporta uma perda. E uma coisa é perder, outra bem diferente é ser um perdedor. Perder todo mundo perde, acontece. Ganhar, também, todo mundo ganha. O difícil é saber qual dos dois está acontecendo. Quem perde consegue ver além do que, a princípio, parece ser o óbvio. Já disse uma vez que é perdendo que a gente ganha. O importante é saber remar, mesmo contra a correnteza, mesmo com o vento vindo ao contrário e enchendo seus olhos de areia. Tá, não é assim tão fácil, eu sei. Mas, também não é lá tão difícil. Perder é só questão de ponto de vista, questão...

[ ] falta

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Mais um abraço que morreu na vontade. Mais uma noite sem sonhos com você. Mais uma vez a lembrança, mais um desejo de olhos fechados. De todas as pessoas você foi a mais larga. De todos os risos que já dei na vida os que você me roubou foram os mais naturais. Lembrar de você sempre vai ser um sorriso salgado, sempre vai ser uma espécie de fome. Arde, sabe. Morrer de amor é bom, mas morrer de vontade dilacera, é dor lancinante, é coisa que mata aos poucos. Lembrar é como rever aquele álbum de fotos antigas, dá uma saudadezinha quente na gente. E o que é a saudade? Saudade, pra mim, é um filme em preto e branco dos nossos dias coloridos. E a minha saudade é um filme que já sei de cor. Mas, lembrar de você sempre vai ser um frio na barriga, um misto de alegria e tristeza, sempre vai ser sorrisos e algumas lágrimas, sempre vai ser vontade. Perguntas sem respostas. Lembrar de você sempre vai ser bom e, apesar de tudo, sempre vai me fazer bem. Que na minha lembrança sua imagem conti...

E quem disse que seus defeitos não são suas virtudes?

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Ame os seus defeitos, vai ver eles são as suas melhores qualidades. Ame aquilo que faz parte de você. Ninguém é perfeito, todo mundo sabe. Eu acredito em essências e acho que todo mundo já nasce com a sua em um frasquinho pendurado no pescoço. Certas coisas a gente não muda, cada pessoa é única, se fosse pra ser igual não teria graça, não teria sentido nem razão. Ninguém molda ninguém, às vezes acontece da gente se transformar, mas isso eu prefiro chamar de amadurecimento. Com o tempo muita coisa muda mesmo, sabe. O bom é quando muda pra melhor e ser melhor depende do ponto de vista. Ou seja, se é melhor pra você já está de bom tamanho, o que não é egoísmo, é aceitar-se. O importante é não se preocupar em agradar a ninguém. Quem muito agrada vive pouco satisfeito. Querendo ou não, quando o assunto é sentimento, a gente dá com esperanças de receber. Não adianta dizer que não, a gente sempre espera ali de dedos cruzados, olhos fechados e ouvidos atentos esperando o telefone toc...

Não brinque com fogo

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Não brinque com o fogo, principalmente se você não é o único que pode se queimar. Não faça fumaça na vida de ninguém se não estiver lá quando ela passar. Pondere. Não ponha a vida de outras pessoas na linha de fogo, é muito arriscado lidar com o os sentimentos alheios, principalmente se você não tem intenção de alimentá-los. O que fazemos sem pensar é, na verdade, o que fazemos depois de muito pensar. É aquilo que ferve e faz borbulhas no sangue de tanto buscar uma saída de emergência (que não tem), é o que às vezes manda o sono à procura de uma solução (que não existe). O que fazemos por impulso é aquilo que realmente queremos fazer. In pulso. A vontade que pulsa incontrolável, até queimar. Mas não brinque com o fogo, principalmente se ele já estiver aceso. Não brinque, principalmente se ele soltar faíscas. Não brinque tanto, nem toda brincadeira termina como começou. Não brinque, se não quiser ver o circo em chamas. Não brinque com aquilo que te provoca, nem provoq...