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Mostrando postagens de junho, 2012

Sotaque

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Ele tinha o sotaque pernambucano - e o sorriso perfeito também. Usava uma regata branca (eu detesto regatas, mas adoro branco) e uma bermuda jeans meio surrada, mas que caiu muito bem nele. Bem básico, de havaianas limpinhas. Moreno, alto, bonito e sensual. Talvez seja casado. Mas é tão jovem, 24 anos, só (vi lá nos seus dados). Não, não deve ser casado. Mas, deve ter uma namorada, um rolo, um casinho, certeza que tem. Será que tem filhos? Ah, pensei demais. Deu vontade de perguntar. Meu cérebro finalmente deu uma desacelerada quando, todo cheio de sotaque, ele me pediu algumas informações enquanto aguardava sua vez de ser atendido. Conversa vai, conversa vem ele disse que ia voltar pra Petrolina, precisava só de um atestado médico, não tinha estado muito bem de saúde (escrevo e ouço ele falando, acredita?). Nem deu tempo de falar que eu morro de vontade de conhecer Pernambuco e que eu tenho um precipício sem fim pelo sotaque pernambucano e ele já estava se despedindo. Engraçado ...

Observâncias facebookianas

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Acho que vou tatuar em alguma parte visível do meu corpo: Não force amizade comigo! Aliás, não force nada comigo. Sou chata pra caramba e detesto quem força qualquer tipo de relação. As boas relações são naturais e acontecem sem a gente nem perceber. Não gosto de quem chega tentando arrombar a porta da minha privacidade. Eu sou uma boa amiga, mas amizade a gente cativa, cultiva e faz por merecer. Amizade é coisa séria não é dizer que é amigo e pronto, viramos amigas de infância. Não! Amizade é que nem amor, é construção, é suor e trabalho, é um tijolo por vez. Dia desses lá no facebook uma garota disse: “Oi, quero ser sua amiga. Vamos bater um papo?” Achei, no mínimo, nem um pouco casual. Mas disse que tudo bem, tá legal. Mas aí a menina veio me encher de pergunta: Onde você mora? Com quem mora? Quantos anos você tem? Você namora? Peraí. Já não gostei. E não é por que eu sou chata, é que, poxa, nada haver. Já disse: minha vida não é um livro aberto. E não é. Não, eu não tenho pod...

Simples assim

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Não gosto de modinha. Sou convencional, ou antiquada, se preferir. Mas não gosto mesmo de seguir o que todo mundo segue. Sou chata. Gosto do diferente. Sou do contra mesmo. Não visto uma roupa só porque vi fulano usar na TV, não calço um sapato verde limão fluorescente só porque as cores vibrantes estão na moda. Eu não. Visto o que me faz sentir bem. Também não ando ligando pra opinião de ninguém pra saber o que ela acha. Adoro vestido colado e nem por isso sou piriguete , e nem por isso ligo pros que acham que eu sou. Minha personalidade mora nos meus gestos, minhas atitudes falam muito mais de mim do que a roupa que eu visto por fora. Assim eu sou com as pessoas. Até hoje, quem mais me cativou – de verdade - me ganhou pelos detalhes, pelo jeito de ser e por tudo aquilo de grande que vi caber no seu coração. Não ligo se fulano veste marca tal, usa bolsa chique ou rasga dinheiro. O que me conquista não tem preço. O que eu tenho a oferecer também não tem preço. Odeio homem que s...

E enquanto o amor não vem?

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E o que fazer enquanto o amor não vem? O que fazer enquanto ele se esconde de mim? O que fazer dos nossos desencontros e da nossa falta de atenção? A gente sempre se pergunta e não ouve nenhuma resposta. A gente tem mania de apressar as coisas, mania de fantasiar e sonhar e querer demais. Aí espera. E espera mais um pouco. Até cansar e voltar a esperar. Porque quem espera pelo amor nunca perde a esperança. Se o meu príncipe encantado quiser largar o cavalo manco no meio do caminho e vir correndo eu não me importo. Se quiser deixar pra lá todos esses clichês, eu nem ligo. Enquanto espero o meu amor chegar, eu vou imaginando ele do jeitinho que ele é e, mesmo que ele não seja exatamente igual ao que imagino, tudo vai fazer sentido quando a gente se encontrar. A gente vai se encontrar. Mas, enquanto ele não vem, eu o invento do jeito que quiser e rabisco e pinto o seu sorriso na última folha do meu caderno, brinco com seu jeito de menino atrapalhado e me perco dentro do seu abraço...

Seu calor provoca a minha cura

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Ele disse que me queria mais perto. Eu também queria, mas não disse. Na verdade, eu nunca digo, é que perto dele eu fico muda. Foi quando ele me abraçou e eu senti seu coração bater um pouco mais fora do compasso. Ninguém tem aqueles olhos, ninguém esconde o mundo por trás do olhar como aquele rapaz. Perdi o fôlego. É isso que acontece quando, tão de perto, ele me sorrir meio de canto. Tenho certeza que quando Deus jogou por aí meu manual de instruções esse moço achou perdido em algum lugar. Ele não pode acertar tanto. Ele disse que estava com saudades. Eu também estava, mas não disse. Na verdade, quando o seu cheiro levemente amadeirado me envolve, eu não digo mais nada. O moço também sabe falar sujeiras no meu ouvido, e no roçar da sua barba por fazer pelo meu rosto eu prefiro o silêncio das nossas respirações a dançar no mesmo passo. E o céu vira cenário de nós dois. As estrelas brilham sorridentes. E a noite vai caindo feito um lençol de seda sobre o mundo - que é só nosso. ...

Ele tem olhos de mar e riso de sol

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Eu sei que tô fazendo tudo errado, eu sei, a gente sempre sabe. Acontece que já não consigo fugir dos teus braços, já me perdi no teu abraço e nem sei mais se quero mesmo me achar. Ele tem olhos de mar e riso de sol. O moço é manhã de céu azul bem claro. E, claro, eu já não posso mais resistir. Você tinha que ter feito tudo diferente, que era pra eu me apaixonar. Você tinha que me enlaçar e não me deixar ir embora que era pra eu ficar caidinha por você. Tá, já deu certo. E agora? Qual seu próximo passo, moço? O que devo esperar? Eu sei, eu sei que tô fazendo tudo errado, mas é que, perto de você, eu não sei como agir. É que você é dono das minhas vontades e do desejo de matar todas elas. É que eu me embaraço nesse teu nó, me desfaço e perco a compostura. É que você tinha que ter vindo justamente agora, que era pra eu querer que você ficasse. Você tinha que ter rasgado todos os meus manuais, que era pra eu me confundir. Você tinha que ter fugido de todas as regras, que era p...

Do que restou

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Queria que você tivesse feito diferente. Mas você não fez. Você fez tudo errado, mais uma vez. Queria que você não tivesse me deixado ir, queria que tivesse insistido um pouco mais. Queria que você tivesse me mostrado quando eu queria ver. Mas aí tudo se perdeu, tudo se foi e, na escuridão, não vi mais nada. Nossa história escapou por entre os dedos e, de tudo, ficaram as manchas. As manchas dos desenganos e da desesperança de não ter o que um dia se teve guardadinho esquentando o coração. Queria mesmo que você tivesse feito diferente. Mas você não fez. Queria acreditar que esse é só mais um erro daqueles que se resolvem no final, como tantos outros que foram necessários pra dar certo. Mas, não. Dessa vez não. Dessa vez deu tudo errado. Agora já não dá pra remendar, são tantos remendos. Já não dá pra curar, são tantas feridas, amor. As cicatrizes são tantas que já nem reconheço o meu amor de outrora. E dói, sempre vai doer, porque a memória não adoece. Minha memória te reproduz com...